A ecologia evolutiva estuda a interação dos organismos com seu meio em um contexto evolutivo e como os padrões da evolução são explicados pelas relações ecológicas das espécies. As linhas de pesquisa envolvem hipóteses sobre a evolução da coloração e infravermelho, bem como a história de vida dos animais. É uma abordagem integrativa que visa congregar os aspectos físicos que produzem a cor e afetam a troca de calor dos animais com os aspectos ecológico-comportamentais dos organismos. Como modelos de estudo usamos invertebrados, em especial aranhas e insetos.

 

Possíveis projetos envolvem o efeito do clima e das mudanças climáticas no tamanho, forma do corpo, pilosidade e coloração de aranhas de teia orbicular e borboletas. Esses temas são abordados em trabalhos de campo e/ou laboratório.

 

O laboratório está sempre aberto a ideias criativas em ecologia e evolução (história de vida; tamanho e forma do corpo; termorregulação; coloração; estratégias anti-predatórias).

 

Oportunidade: Bolsa para Desenvolvedor de Software (R$ 6.900,00)

Além disso, mestrado e doutorado na Pós-Graduação em Ecologia da Universidade de Brasília; bolsas de Iniciação Científica e estágio voluntário no Laboratório​

 

 

Projetos com Financiamento em Andamento

 

Coloração e Tamanho de Borboletas no Espaço e no Tempo​ (Financiamento FAP/DF 2024-2026)

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A temperatura corporal tem efeito importante no fitness dos organismos, afetando suas taxas metabólicas e atividades comportamentais. As mudanças climáticas resultantes do aquecimento global têm impactos significativos nos ecossistemas e nas espécies que neles habitam. As altas temperaturas podem levar ao estresse térmico em animais, especialmente nos ectotérmicos, que são mais dependentes das condições meteorológicas. A cor e a reflectância dos organismos em diferentes faixas de comprimento de onda de luz, como o visível, o infravermelho próximo e longo, afetam a troca de calor com o ambiente. Organismos com alta absorção de calor nessa faixa têm maior risco de sobreaquecimento. O tamanho corporal também influencia na regulação térmica, com animais menores expostos ao sol atingindo temperaturas de equilíbrio menores do que animais maiores. Essas características morfológicas interagem com fatores ambientais e afetam a distribuição dos organismos no tempo e no espaço. Além disso, pressões seletivas de um ambiente em mudança podem levar a alterações dessas características ao longo do tempo. Borboletas são um grupo promissor para compreender os impactos causados pelas mudanças climáticas devido a sua sensibilidade associada às variáveis meteorológicas. De maneira geral, esses organismos têm atividade nos horários mais quentes do dia, mas algumas espécies apresentam atividades no início ou final do dia. Essa relação pode refletir as necessidades fisiológicas e a tolerância ao sobreaquecimento. Dessa forma, o projeto propõe a união de informações de espécimes depositados em coleções científicas, com novas coletas realizadas no campo, técnicas modernas de mensuração da interação da luz com os animais, dados meteorológicos e modelos de transferência de calor. O objetivo é avaliar a relação entre o tamanho, a coloração, o infravermelho e a emissividade das borboletas com a sua distribuição espacial e temporal em diferentes escalas. O projeto se destaca por sua abordagem inovadora, que busca investigar se características além da luz visível, como a reflectância no infravermelho próximo e a emissividade, foram alteradas ao longo do tempo devido às mudanças climáticas. Além disso, pretende combinar dados de coloração, reflectância no infravermelho próximo, emissividade e tamanho com dados meteorológicos locais para examinar se a distribuição temporal das borboletas ao longo do dia reflete seu uso da fonte de calor disponível. Espera-se assim contribuir com a compreensão dos impactos e potenciais adaptações de organismos às mudanças climáticas em escala regional e local.

Adaptador e software para conversão de aparelhos em câmeras multiespectrais com imagens calibradas​ (Financiamento FAP/DF 2024-2026)

 

Picture1A luz refletida em faixas além do visível, como o ultravioleta e o infravermelho próximo, tem diversas aplicações na saúde, meio ambiente e agricultura. No campo da saúde, essa luz auxilia na detecção de células tumorais, doenças oculares e avaliação de pacientes com COVID-19. Na agricultura, é útil para identificar riscos em plantações, detectar pragas e analisar o solo. A luz refletida em diferentes comprimentos de onda também pode afetar a temperatura corporal de animais ao alterar a proporção de luz refletida. Existem diferentes instrumentos para medir a luz refletida em diferentes comprimentos de onda. Os espectrofotômetros são aparelhos de laboratório com alta resolução, mas têm limitações em relação à área de medição e são relativamente caros. As câmeras hiperespectrais possuem alta resolução de comprimento de onda e informação espacial, mas são extremamente dispendiosas. Câmeras multiespectrais são similares a câmeras convencionais, porém com múltiplas bandas espectrais, o que torna possível a produção de adaptadores para a transformação em aparelhos como câmeras fotográficas em câmeras multiespectrais com imagens calibradas. Estes adaptadores seriam de muito menor custo e de mais fácil utilização pelo público menos especializado. Os objetivos deste projeto são: otimizar esse adaptador para utilização por não-especialistas; ampliar seu uso para dispositivos digitais (celulares e tablets); a conversão da biblioteca para o ambiente R em software amigável e testar o uso do sistema em uma aplicação real com impacto para o entendimento de como as mudanças climáticas podem afetar a fauna do Distrito Federal e do Cerrado como um todo. Os adaptadores e o software poderão então ser aplicados em diversos segmentos, como meio ambiente, agricultura e saúde.